João Soares Coelho


João Soares Coelho
Nascimento década de 1210
Cinfães
Morte 1278
Cidadania Reino de Portugal
Progenitores
  • Soeiro Viegas Coelho
Filho(a)(s) Pero Anes Coelho
Ocupação trovador
[edite no Wikidata]

João Soares Coelho (fl. 1235—1278), foi um cavaleiro medieval do Reino de Portugal, do conselho real do rei D. Afonso III de Portugal, e trovador.[1]

Percurso

Filho de Soeiro Viegas Coelho e de Mor Mendes de Gandarei,[2] nasceu na primeira ou na segunda década do século XIII.[1] Em 1235 era "miles e vassalo" do infante Fernando de Serpa, "bom apreciador dos escarnhos que ele compunha".[3] Em 1240, tenha acompanhado ao infante em Castela onde esteve no contacto com outros trovadores na corte do futuro rei Afonso X o Sábio.[4] Voltou a Portugal entre 1243-45 juntamente com o infante de Serpa,[5] ou 1248 ou 1249 depois da morte do rei D. Sancho II e foi um dos conselheiros e privados de D. Afonso III.[1][6]

Acompanhou ao rei nas guerras que este monarca travou para a conquista do Algarve, particularmente em 1249. Foi por esses serviços que o rei lhe fez a doação do senhorio da vila de Souto de Riba de Homem em 1254.[1]

Segundo o historiador José Mattoso, João Soares Coelho foi "o possível responsável (...) da mitificaçao da figura de Dom Egas Moniz (o Aio), procurando assim, através da aura desse antepassado, encobrir 'a mácuala da sua origem' (da linhagem) bastarda".[7][a][b]

Matrimónio e descendência

Casou com Maria Fernandes,[8] de quem teve:

  • Pero Anes Coelho, casou com Margarida Esteves da Teixeira,[9] filha de Estêvão Ermiges de Teixeira e de Urraca Fernandes de Louredo;
  • Fernão Anes Coelho, que foi clérigo;[10]
  • Mor Anes Coelho, casada com João Pires Portocarreiro;[10]
  • Maria Anes Coelho, a esposa de Martim Afonso de Resende;[10]
  • Aldara Anes Coelho, esposa de Gonçalo Anes Correia;[10]
  • Urraca Anes Coelho, casou com Soeiro Mendes Petite, alcaide de Santarém em 1289.[11]

Notas

[a] ^ Era um ramo bastardo dos Ribadouro,[12] descendênte de Lourenço Viegas, filho de Egas Moniz, o Aio.[13]
[b] ^ Segundo Mattoso: "Foi talvez este membro da nobreza cortesã, segundo parece sem grande fortuna pessoal, que tentou aumentar o prestígio do seu ramo criando uma gesta em torno do seu trisavô Egas Moniz. (...) faz proceder os antepassados longínquos da Gasconha, para explicar uma alcunha familiar (...) imagina, a partir do facto de a mulher de Egas Moniz, Teresa Afonso, ter criado os filhos do nosso primeiro rei, que o própio Egas Moniz o tinha criado a ele..."[14]

Referências

Bibliografia

  • David, Henrique; Sotto Mayor Pizarro, José Augusto P (1990). «"Nobres Portugueses em Leão e Castela (Século XIII)"». Actas de las II Jornadas de Historia sobre Andalucía y el Algarve (Siglos XIII-XVIII), La Rábida, 24-26 abril, 1986 (PDF). Sevilla: Departamento de Historia Medieval, Universidad de Sevilla. pp. 135–150. ISBN 8487165125  A referência emprega parâmetros obsoletos |coautor= (ajuda)
  • Mattoso, José (1981). A nobreza medieval portuguesa: a família e o poder. Lisboa: Editorial Estampa. OCLC 8242615 
  • Mattoso, José (1982). Ricos-homens, infançoes e cavaleiros: a nobreza portuguesa nos séculos XI e XII. Lisboa: Gimarães & C.a. Editores. OCLC 10350247 
  • David, Henrique; Sotto Mayor Pizarro, José Augusto P (1990). «"Nobres Portugueses em Leão e Castela (Século XIII)"». Actas de las II Jornadas de Historia sobre Andalucía y el Algarve (Siglos XIII-XVIII), La Rábida, 24-26 abril, 1986 (PDF). Sevilla: Departamento de Historia Medieval, Universidad de Sevilla. pp. 135–150. ISBN 8487165125  A referência emprega parâmetros obsoletos |coautor= (ajuda)
  • Pereira, Armando de Sousa (1998). «O Infante D. Fernando de Portugal (1218-1246): história da vida e da norte de um cavaleiro andante» (PDF). Lusitania Sacra. 2ª (10): 95-121. ISSN 0076-1508 
  • Sotto Mayor Pizarro, José Augusto (1997). Linhagens Medievais Portuguesas: Genealogias e Estratégias (1279-1325). I. Porto: Tese de Doutoramento, Edicão do Autor 
  • Portal de biografias
  • Portal da literatura
Controle de autoridade