Elizabeth Gomes

Elizabeth Gomes
Elizabeth Gomes
Beth Gomes em 2021.
Atletismo
Nome completo Elizabeth Rodrigues Gomes
Nascimento 15 de fevereiro de 1965 (59 anos)
Santos, SP
Nacionalidade brasileira
Medalhas
Jogos Parapan-Americanos
Ouro Lima 2019 Lançamento de disco F53
Jogos Paralímpicos
Ouro Tóquio 2020 Lançamento de disco F53
Ouro Paris 2024 Lançamento de disco F53
Prata Paris 2024 Arremesso de peso F54

Elizabeth Rodrigues Gomes (Santos, 15 de fevereiro de 1965) é uma atleta paralímpica brasileira. Participou dos Jogos Paralímpicos de Verão de 2008, integrando a seleção brasileira de Basquetebol em cadeira de rodas[1]. Em 2019 quebrou o recorde mundial do lançamento de peso e do lançamento do disco na classe F52, para atletas que competem em cadeira de rodas[2]. Também conquistou uma medalha de ouro nos Jogos Parapan-Americanos de 2019 em Lima[3]. Em 2021, conquistou a segunda medalha de ouro para o Brasil nas Paralimpíadas de Tóquio 2020, ao quebrar duas vezes seu próprio recorde mundial no lançamento de disco na classe F52, consolidado no último lançamento de 17,62 metros. [4] Nas Paralimpíadas de Paris 2024, conquistou a medalha de prata no arremesso de peso - F54 e se consagrou bicampeã Paralímpica do lançamento do disco - F53[5].

Vida Pessoal

Natural de Santos, Elizabeth trabalhava como guarda civil e jogadora de vôlei quando em 1993, aos 27 anos, foi diagnosticada com esclerose múltipla. Os primeiros sintomas surgiram durante o trabalho, onde sofreu uma queda inesperada, fraturando a tíbia e precisando de cirurgia. Durante a recuperação da cirurgia recebeu o diagnóstico da esclerose múltipla. Mesmo com tratamento, um ano após o diagnóstico soube que não poderia voltar a jogar vôlei.

Desenvolveu então um quadro depressivo que se intensificou por cerca de dois anos, chegando a tentar o suicídio. Inicialmente, por conta da esclerose, Elizabeth andava com o auxílio de muletas. Com a evolução da doença, e um segundo surto, ela perdeu o movimento das pernas.

Não tendo nesse ponto nenhum dos pais vivos, encontrou em sua tia apoio para buscar o tratamento para a depressão. Com sua ajuda procurou o Conselho Municipal do Deficiente da cidade de Santos, onde foi apresentada ao basquete de cadeira de rodas, que começou quase imediatamente a praticar.

Em 2006 teve um novo surto da esclerose múltipla, que atingiu o lado direto de seu corpo e, em especial, seus dedos, que ficaram num formato fechado, dificultando a prática do basquete. Mesmo assim seguiu por um tempo no esporte e descobriu então que poderia competir no atletismo, dividindo-se por quatro anos entre as duas modalidades até finalmente optar apenas pelo lançamento de disco e arremesso de peso. [6]

Em 2017 teve um novo surto que paralisou todo o lado esquerdo de seu corpo, e precisou ter sua classificação como competidora alterada, passando de F54 para F52. No Parapan de Lima, em 2019 bateu pela primeira vez o recorde mundial.

Em 2021 foi a atleta mais velha da delegação brasileira nas Paralimpíadas de Tóquio 2020, competindo aos 56 anos e conquistando a medalha de ouro ao bater novamente o recorde mundial de sua modalidade. Por sua tenacidade ao superar adversidades e força para se reerguer após repetidas provações é conhecida pelo apelido Fênix. [7]

Jogos Paralímpicos de Tóquio

Elizabeth foi uma das responsáveis pela conquista da marca de 100 medalhas de ouro do Brasil em Paralimpíadas, atingida nos jogos em 2021. Em entrevista à CNN no dia 31 de agosto de 2021, no dia seguinte à medalha de ouro e record mundial, também o dia nacional de conscientização sobre a esclerosa múltipla [8], Elizabeth contou sobre a trajetória que a levou até a conquista e disse que o esporte paralímpico a ajudou a “reviver”. Comentou também sobre seu apelido:

"Meu clube em Santos me deu o nome de Fênix porque a cada dia eu me reinvento. Por ter uma patologia da esclerose múltipla, eu sempre estou vencendo. Por mais que ela queira me derrubar, ela nunca vai conseguir. Eu sempre vou estar me reconstruindo", disse Elizabeth.[9]

Referências

  1. Fernando Gavini (30 de agosto de 2021). «Campeã e recordista mundial, Elizabeth Gomes, enfim, é ouro na Paralimpíada». Olimpíada Todo Dia. Consultado em 31 de agosto de 2021 
  2. Cunha, Gustavo. «Recorde mundial marca início do Brasileiro de Atletismo Paralímpico». Rede do Esporte. Consultado em 16 de outubro de 2019 
  3. «Para atletismo | Resultado Disco Femenino F53 Final - Juegos Parapanamericanos de Lima 2019». wrsd.lima2019.pe. Consultado em 16 de outubro de 2019 
  4. «Elizabeth Gomes é ouro e bate recorde mundial no lançamento de disco» 
  5. Zalcman, Fernanda Lucki. «Jogos Paralímpicos Paris 2024: confira todas as medalhas do Brasil» 
  6. «Recordista mundial aos 54 anos, Beth Gomes tem vencido batalha contra esclerose» 
  7. «Mais velha do Brasil em Tóquio, Beth Gomes é ouro aos 56 anos» 
  8. «30/8 – Dia Nacional de Conscientização Sobre a Esclerose Múltipla» 
  9. «Esporte paralímpico me ajudou a reviver, diz Beth Gomes, campeã no lançamento de disco». Consultado em 15 de setembro de 2021 
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