Cyanoramphus unicolor

Cyanoramphus unicolor
Um periquito-verde-das-antípodas no Ringdove Bay nas Ilhas Antípodas.
CITES Appendix II (CITES)[2]
Classificação científica edit
Domínio: Eukaryota
Reino: Animalia
Filo: Chordata
Classe: Aves
Ordem: Psittaciformes
Família: Psittaculidae
Gênero: Cyanoramphus
Espécies:
C. unicolor
Nome binomial
Cyanoramphus unicolor
(Lear, 1831)

O periquito-verde-das-antípodas ou kakariki-das-antípodas[3] é uma pequena espécie de papagaio nativa da Nova Zelândia. A palavra kakariki vem do Maori kākāriki e significa "papagaio pequeno" (kākā = papagaio, riki = pequeno). É caracterizado por seu corpo quase inteiro verde, olhos pequenos e por ser o maior de seu gênero.[4]

O primeiro indivíduo descrito, por Edward Lear, era uma ave em cativeiro no zoológico de Londres que não possuia dados sobre sua origem. A verdadeira origem da espécie só foi descoberta 55 anos depois da descrição pelo capitão Fairchild a bordo do barco do governo neozelandês Stella.[5]

Descrição

Tem em média 30 cm e é primariamente verde-oliva, com um verde mais vivo no rosto e amarelado na barriga e cauda. A única parte do corpo não verde é a ponta das asas, que são azuladas.[6] Possui bico robusto e largo, olhos pequenos e asas arredondadas. O macho é um pouco maior que a fêmea.

Vocalização

A vocalização desta espécie é mais grave e rouca que outras do gênero, semelhante a um kok-kok-kok-kok-kok semelhante ao som de uma galinha, mas mais rápido e longo.[6]

Distribuição e habitat

Distribuição

Kakarikis-de-fronte-amarela são endêmicos das Ilhas Antípodas.

Habitat

Vivem em áreas de gramas altas e densas, além de rochedos e paredões próximos ao mar.[4]

Hábitos

Dieta

Kakariki-das-antípodas em meio a folhagem densa

A dieta dessa espécie é diferente da maioria dos psitacídeos. Por viverem em um ambiente com sua vegetação composta quase totalmente de gramíneas, se alimentam principalmente das folhas das gramíneas (70% da dieta), com sementes, frutinhas e flores sendo a segunda maior fonte de alimento (23% da dieta). Interessantemente, 6% de sua dieta é composta de ovos e carne de pinguins e de pequenos petréis. Apesar de comerem principalmente animais mortos, já foram registrados caçando e matando estes animais. Também já foram avistados extraindo carne de carcaças de foca.[6][7][8]

Comportamento

Apesar de voarem, os kakarikis-das-antípodas preferem caminhar pelo chão e dar voos curtos apenas para escapar de possíveis ameaças. São silenciosos e discretos, geralmente vistos sozinhos, pares ou pequenos grupos. Como todas as aves do gênero, banham-se com frequência.[4]

Conservação

Apesar de relativamente comuns em sua ilha nativa, os kakarikis-das-antípodas são classificados como vulneráveis pela lista vermelha da IUCN.[9] As últimas pesquisas mostram que o número de indivíduos maduros está entre 2000 - 3000,[7] mas estes números provavelmente foram ultrapassados. As principais ameaças a essa espécie é a competição e predação por ratos do gênero Rattus, gatos e mustelídeos como doninhas. Outros roedores apresentavam um problema à espécie, mas foram erradicados das ilhas antípodas.[10]

Referências

  1. BirdLife International (2016). «Cyanoramphus unicolor». Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas. 2016: e.T22685162A93061319. doi:10.2305/IUCN.UK.2016-3.RLTS.T22685162A93061319.enAcessível livremente. Consultado em 12 de novembro de 2021 
  2. «Appendices | CITES». cites.org. Consultado em 14 de janeiro de 2022 
  3. «Cyanoramphus unicolor (periquito-verde-das-antípodas) - Avibase». avibase.bsc-eoc.org. Consultado em 14 de agosto de 2024 
  4. a b c «Home page | New Zealand Birds Online». www.nzbirdsonline.org.nz. Consultado em 14 de agosto de 2024 
  5. Miskelly, Colin M. (6 de março de 2023). «From farm to forest – 50 years of ecological transformation on Mana Island, New Zealand». Tuhinga (em inglês): 1–46. ISSN 2253-5861. doi:10.3897/tuhinga.34.98136. Consultado em 14 de agosto de 2024 
  6. a b c Collar, Nigel; Boesman, Peter F. D. (2020). «Antipodes Parakeet (Cyanoramphus unicolor), version 1.0». Birds of the World (em inglês). ISSN 2771-3105. doi:10.2173/bow.antpar1.01species_shared.bow.project_name. Consultado em 14 de agosto de 2024 
  7. a b Taylor, R. H. (1985). «Status, habits and conservation of Cyanoramphus parakeets in the New Zealand region». International Council for Bird Preservation. Conservation of island birds: 195-211  |acessodata= requer |url= (ajuda)
  8. Elliott, G. P.; Greene, T. C.; Nathan, H. W.; Russell, J. C. (2015). «Winter bait uptake trials and related field work on Antipodes Island in preparation for mouse (Mus musculus) eradication.». New Zealand Department of Conservation. 
  9. (2022). Antipodes Parakeet (em inglês). IUCN 2022. Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas da IUCN. 2022. Página visitada em 14/08/2024..
  10. Horn, Stephen; Cox, Finlay; Elliott, Graeme; Walker, Kath; Russell, James; Sagar, Rachael; Greene, Terry (28 de novembro de 2022). «Eradication confirmation of mice from Antipodes Island and subsequent terrestrial bird recovery». New Zealand Journal of Ecology. ISSN 0110-6465. doi:10.20417/nzjecol.46.3488. Consultado em 14 de agosto de 2024