Augusto M. Seabra


Augusto M. Seabra
Nascimento 9 de agosto de 1955
Morte 5 de setembro de 2024 (69 anos)
Lisboa
Cidadania Portugal
Ocupação crítico de música, crítico de cinema, colunista
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Augusto Manuel Seabra (9 de agosto de 1955 – Lisboa, 5 de setembro de 2024) foi um crítico e programador cultural português.

Foi um dos fundadores do jornal Público, em 1990[1].

Biografia

Sociólogo de formação, licenciado pelo ISCTE[1], dedicou a sua vida à crítica (de música, de teatro e de cinema), bem como à programação cultural[1].

Ainda jovem, chegou a envolver-se na politica, como militante do Movimento de Esquerda Socialista (MES) durante um par de anos, coincidindo com o Verão Quente de 1975[2].

A sua carreira desenvolveu-se, sobretudo, nos jornais A Luta, Expresso e Público, tendo sido cofundador deste ultimo (onde se manteve como colunista ate ao ano de 2006)[1].

No Expresso, distinguiu-se ao escrever sobre música erudita, política cultural e, sobretudo, cinema, nas paginas da Revista do Expresso, tendo sido parceiro de Vicente Jorge Silva, bem como de Jorge Leitão Ramos, Manuel Cintra Ferreira, Manuel S. Fonseca e outros[1] .

Na musica, movendo-se entre diferentes gêneros (música barroca, ópera, música contemporânea), acompanhou os festivais internacionais de Salzburgo, Bayreuth, Aix-en-Provence, Glyndebourne e Pesaro.

No cinema foi jurado nos festivais de Cannes, San Sebastian, Turim e Taipé[3].

Nome incontornável no meio jornalístico, Augusto Seabra foi igualmente um apaixonado da vida boemia, e figura da movida noturna lisboeta, que irradiou nos anos 1980, tecendo cumplicidade com figuras como Manuel Reis, Julião Sarmento, Al Berto, Zé Fonte, Manuel Graça Dias ou Manuel Mozos[4].

À parte da sua atividade como crítico, foi também produtor executivo no Departamento de Programas Musicais da RTP; programador cinematográfico - nomeadamente do festival de cinema documental Doclisboa[1][3] -; colaborador pontual de autores e criadores, no teatro musical e no cinema[5].

Foi consultor do Script Fund do Programa Media da União Europeia[1].

Pertenceu ao júri do Prémio Pessoa, atribuído pelo Expresso e pela Caixa Geral de Depósitos[1].

Em 2016 uma crônica da sua autoria, no jornal Público, esteve no centro de uma polemica que levou à demissão do então Ministro da Cultura, João Soares[6].

Morte

Afetado por complicações prolongadas de saúde, faleceu a 6 de setembro de 2024[1], na Residência de Santa Joana Princesa, da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa[1].

O Presidente da Republica Marcelo Rebelo de Sousa, em nota no site da Presidência, referiu que Augusto Seabra “encarnou como poucos no Portugal contemporâneo a figura do crítico cultural”, e que foi “um dos últimos representantes de um tempo em que a crítica era determinante no espaço público”[5].

Em 2021 o critico doara o seu acervo pessoal (livros, discos, DVD, periódicos, e outros documentos) a um conjunto diverso de entidades - Cinemateca Portuguesa, Rede de Bibliotecas de Lisboa, Biblioteca Nacional de Portugal, Biblioteca da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, Escola Superior de Música de Lisboa, Escola das Artes da Universidade Católica Portuguesa, Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto e Universidade do Porto[7].

Condecorações e Prémios

A 7 de setembro de 2024 o Presidente da República Marcelo Rebelo de Sousa condecorou Augusto M. Seabra postumamente, com a comenda da Ordem de Sant’Iago de Espada, durante as últimas homenagens ao critico no Picadeiro Real, em Lisboa[8].

Foi premiado, em 2004, com o Prémio Arco-íris[9], da Associação ILGA Portugal, pelo seu contributo na luta contra a discriminação e homofobia.

Referências

  1. a b c d e f g h i j Cardoso, Joana Amaral (5 de setembro de 2024). «Morreu o crítico cultural Augusto M. Seabra». PÚBLICO. Consultado em 5 de setembro de 2024 
  2. «Morreu Augusto M. Seabra, derradeiro representante "de um tempo em que a crítica era determinante no espaço público"». Expresso. 5 de setembro de 2024. Consultado em 7 de setembro de 2024 
  3. a b Portugal, Rádio e Televisão de (5 de setembro de 2024). «Crítico e programador artístico Augusto M. Seabra morre aos 69 anos». Crítico e programador artístico Augusto M. Seabra morre aos 69 anos. Consultado em 5 de setembro de 2024 
  4. «Morreu Augusto M. Seabra, derradeiro representante "de um tempo em que a crítica era determinante no espaço público"». Expresso. 5 de setembro de 2024. Consultado em 7 de setembro de 2024 
  5. a b Moreira, Joana. «Morreu o crítico cultural Augusto M. Seabra». Observador. Consultado em 8 de setembro de 2024 
  6. «João Soares ameaça dar "um par de bofetadas" a críticos». Jornal de Notícias. Consultado em 7 de setembro de 2024 
  7. «AUGUSTO M. SEABRA (1955-2024) | ARTECAPITAL.NET». artecapital.art. Consultado em 8 de setembro de 2024 
  8. Cardoso, Joana Amaral (7 de setembro de 2024). «Presidente da República condecora Augusto M. Seabra postumamente». PÚBLICO. Consultado em 8 de setembro de 2024 
  9. Prémios Arco-Íris


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