Almani

Samori Turé (1830-1900), um dos mais ilustres a usar o título

Almani, também usualmente referido como Almamy ou Almany, é um título concedido a um governante muçulmano que possui autoridade sobre um determinado estado. Foram esses vistos em lugares conquistados da África Ocidental no século XIX. A palavra tem derivação do nome miralmuminim (em árabe: أمير المؤمنين ), podendo ser traduzida como Emir dos Crentes, Príncipe dos Fiéis ou Comandante dos Fiéis.

A expressão Almami também é usada para designar o título de um comandante regional com fundamento no Islã em alguns lugares de países da África Ocidental. É quase semelhante ao título do Califa (comuns na Idade Média) ou do xeique, governantes locais e oficiais em países e emirados do oriente médio. A dessemelhança só ocorre em relação ao local referente, nessa passagem os almanis são vistos na África Ocidental.

No estado norte-africano de Bundu, Mãlik Sy adotara o título e este foi mantido por seus descendentes, embora autores digam que o título por ele adotado tenha sido "eliman", os dois termos derivam do árabe "al-imã"; em Bundu, o termo "imã" tinha uso mais geral, ao passo em que almani tinha acepção mais particular; assim, seu neto Ahmadi Gaye adotara o título de "almaamy" (ou ainda grafado eliman ou almany como seus predecessores).[1]

Na Guiné, em 1870, um homem chamado Samori adotou o título de Almany, indicando que desempenhava um papel tanto político quanto religioso num estado que incorporava, além da atual Guiné, também parte da Costa do Marfim e do Mali.[2]

Almanis já titulares na história

  • Ibraima Sori, do Imamato de Futa Jalom.
  • Caramoco Alfa, Imamato de Futa Jalom.
  • Bocar Biro, Imamato de Futa Jalom.
  • Lista dos governantes do estado Mossi de Liptako.
  • Almani Niamodi, do Império Tuculor, estado vassalo de Caarta.
  • Samori Turé, do Império de Uassulu.
  • Maba Diakhou Bâ, almami na região de Saloum, no Senegal.

Referências

  1. H. Weiss. «Attemps to Establish an Islamic Economy». Consultado em 25 de outubro de 2020. Cópia arquivada em 25 de outubro de 2020. Download automático 
  2. Gordon Melton; Martin Baumann (2010). Religions of the World: A Comprehensive Encyclopedia of Beliefs and Practices 2ª ed. [S.l.]: ABC-CLIO. p. 1279. Consultado em 25 de outubro de 2020