Acidófilo (organismo)

Os organismos acidófilos são os que preferem viver em condições ácidas (geralmente os melhores habitats apresentam um pH 3,0 ou inferior[1][2]). Alguns estão tão adaptados aos ambientes muito ácidos que morrem mesmo em pH moderados, ainda que ácidos. O organismo mais acidófilo conhecido é a arquea Picrophilus, que chega a viver a pH 0,06. Os organismos acidófilos encontram-se em diferentes ramificações da árvore da vida, e entre elas estão as arqueas, bactérias, e eucariotas. Entre os acidófilos encontra-se uma grande variedade de metabolismos: aeróbicos, anaeróbicos e anaeróbios facultativos, procariotas quimiolitótrofos e heterótrofos de diversas classes, eucariotas fotoautótrofos, protozoários predadores etc. Podem ser encontrados em diversos hábitats como zonas volcânicas, fontes hidrotermais terrestres ou marinhas, minas (ou outras zonas) com drenagens ácidas ou nos estômagos de animais. Um exemplo de ecossistema ácido é o rio Tinto, Huelva, Espanha, com águas ácidas entre os pHs 1,7 e 2,5 que albergam um rico endemismo composto por arqueas quimiossintéticas, bactérias heterotróficas, algas unicelulares como as diatomeas, diversos protistas, fungos, leveduras e rotíferos, entre outros.[3]

Exemplos de organismos acidófilos

Uma lista de exemplos de organismos acidófilos são:

Arqueas
  • Sulfolobales, ordem de arqueas Crenarchaeota.
  • Thermoplasmatales, ordem de arqueas Euryarchaeota.
  • ARMAN, grupo de arqueas Euryarchaeota.
  • Acidianus brierleyi, A. infernus, arqueas termoacidófilas anaeróbias facultativas.
  • Halarchaeum acidiphilum, uma arquea da família Halobacteriacaeae.[4]
  • Metallosphaera sedula, termoacidófila.
Bactérias
  • Acidobacterium,[5] filo de Bactéria.
  • Acidithiobacillales, ordem de Proteobacteria, por exemplo Acidithiobacillus ferrooxidans, Acidithiobacillus thiooxidans.
  • Thiobacillus prosperus, T. acidophilus, T. organovorus, T. cuprinus
  • Acetobacter aceti, bactéria que produz ácido acético a partir da oxidação do etanol.
  • Alicyclobacillus, género de bactérias que pode contaminar os sucos de frutas.[6]
Eucariotas
  • Mucor racemosus[7]
  • Urotricha[7]
  • Dunaliella acidophila[7]
  • Philodina roseola[7]

Referências

  1. Encyclopedia of Life
  2. Springer reference
  3. López Archilla A.I. 2005. Riotinto: un universo de mundos microbianos Ecosistemas 2005/2 U. Autónoma de Madrid.
  4. Singh OV (2012). Extremophiles: Sustainable Resources and Biotechnological Implications. [S.l.]: John Wiley & Sons. pp. 76–79. ISBN 978-1-118-10300-5 
  5. Quaiser et al., Mol. Micro. 50, p.563.
  6. Pettipher GL, Osmundson ME, Murphy JM (Março de 1997). «Methods for the detection and enumeration of Alicyclobacillus acidoterrestris and investigation of growth and production of taint in fruit juice and fruit juice-containing drinks». Letters in Applied Microbiology. 24 (3): 185–189. PMID 9080697. doi:10.1046/j.1472-765X.1997.00373.x  !CS1 manut: Nomes múltiplos: lista de autores (link)
  7. a b c d Rawlings, Douglas; Johnson, D. Barrie. «Eukaryotic Acidophiles». Encyclopedia of Life Support System (EOLSS). Eolss Publishers. Consultado em 3 de fevereiro 2014. Arquivado do original em 13 de outubro de 2014 

Bibliografia

  • Cooper, J. B.; Khan, G.; Taylor, G.; Tickle, I. J.; Blundell, T. L. (Julho de 1990). «X-ray analyses of aspartic proteinases. II. Three-dimensional structure of the hexagonal crystal form of porcine pepsin at 2.3 A resolution». J Mol Biol. 214 (1): 199–222. PMID 2115088. doi:10.1016/0022-2836(90)90156-G 
  • Bonisch, H.; Schmidt, C. L.; Schafer, G.; Ladenstein, R. (Junho de 2002). «The structure of the soluble domain of an archaeal Rieske iron-sulfur protein at 1.1 A resolution». J Mol Biol. 319 (3): 791–805. PMID 12054871. doi:10.1016/S0022-2836(02)00323-6 
  • Schafer, K; Magnusson, U; Scheffel, F; Schiefner, A; Sandgren, MO; Diederichs, K; Welte, W; Hülsmann, A; Schneider, E; Mowbray, SL (Janeiro de 2004). «X-ray structures of the maltose-maltodextrin-binding protein of the thermoacidophilic bacterium Alicyclobacillus acidocaldarius provide insight into acid stability of proteins». Journal of Molecular Biology. 335 (1): 261–74. PMID 14659755. doi:10.1016/j.jmb.2003.10.042 
  • Walter, R. L.; Ealick, S. E.; Friedman, A. M.; Blake, R. C. 2nd; Proctor, P.; Shoham, M. (Novembro de 1996). «Multiple wavelength anomalous diffraction (MAD) crystal structure of rusticyanin: a highly oxidizing cupredoxin with extreme acid stability». J Mol Biol. 263 (5): 730–51. PMID 8947572. doi:10.1006/jmbi.1996.0612 
  • Botuyan, M. V.; Toy-Palmer, A.; Chung, J.; Blake, R. C. 2nd; Beroza, P.; Case, D. A.; Dyson, H. J. (1996). «NMR solution structure of Cu(I) rusticyanin from Thiobacillus ferrooxidans: structural basis for the extreme acid stability and redox potential». J Mol Biol. 263 (5): 752–67. PMID 8947573. doi:10.1006/jmbi.1996.0613 
  • Kelch, B. A.; Eagen, K. P.; Erciyas, F. P.; Humphris, E. L.; Thomason, A. R.; Mitsuiki, S.; Agard, D. A. (Maio de 2007). «Structural and mechanistic exploration of acid resistance: kinetic stability facilitates evolution of extremophilic behavior». J Mol Biol. 368 (3): 870–883. CiteSeerX 10.1.1.79.3711Acessível livremente. PMID 17382344. doi:10.1016/j.jmb.2007.02.032 
  • v
  • d
  • e
Tipos
Extremófilos
notáveis
Bacteria
Archaea
Animalia
Outros temas
relacionados